quarta-feira, 29 de maio de 2013

29º. Dia - Devocional – Aceitar ao Próximo - Romanos 15

Portanto recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu para glória de Deus. Romanos 15:7

É muito difícil ser equilibrado na vida...
Uma hora queremos salvar o mundo, depois algo acontece e não nos importamos com ninguém
Um dia não queremos comprar nada para economizar, outro dia gastamos dinheiro com besteiras
Um dia queremos casar, outro dia não queremos nem namorar, queremos ficar solteiros para sempre
A razão pela qual é difícil ser equilibrado é porque o equilíbrio exige mais esforço de nós
Como seres humanos, seguimos naturalmente a lei do menor esforço, e por isso nos dirigimos sempre a um extremo ou a outro. Ficar no meio exige mais de nós, em qualquer área de nossa vida
Não poderia deixar de ser assim também na vida cristã
Buscamos a Deus em oração e estudo bíblico, mas não somos excelentes em chegar no horário no trabalho
ou ao fazer as tarefas da faculdade
E aí tomamos decisões, chegamos cedo no trabalho, para dar todo coração, mas negligenciamos nosso
relacionamento com ele
Queremos amar os irmãos, e passamos todo tempo livre pastoreando e aconselhando os irmãos
Mas não levamos o evangelho a quem ainda não é salvo
Ou então tomamos a decisão de convidar as pessoas, ajudar nossos vizinhos e amigos
E negligenciamos nosso cônjuge e família
Evitar os extremos é algo verdadeiramente difícil
No entanto, possível para quem busca a Deus em primeiro lugar
O escritor de Eclesiastes disse: “Não seja excessivamente sábio; não seja demasiadamente tolo. É bom reter
uma coisa e não abrir mão da outra, pois quem teme a Deus evitará ambos os extremos”
Paulo ensinou a Timóteo que o Espírito de Deus traz poder, amor, e equilíbrioIronicamente, se quisermos evitar os extremos na vida, precisamos nos dedicar em primeiro lugar ao Deus
que é a fonte de equilíbrio e que o dá a todos os que o temem
Uma das áreas na vida cristã em que tendemos aos extremos diz respeito a aceitar ou a julgar as pessoas
Por um lado, podemos rejeitar em julgamento pessoas ou práticas que Deus aceita, porque são diferentes
do que nós somos ou fazemos
Por outro lado, podemos aceitar sem exame aquilo que Deus, na verdade, não aceita, porque queremos
agradar a homens mais do que a Deus
Qualquer um desses extremos é perigoso e afasta as pessoas de Deus
Na carta de Romanos, Paulo nos dá instruções sobre como evitar esses dois extremos
Romanos 15:7
Esse versículo é a conclusão de Paulo ao lidar com um provável problema de desunião na igreja de Roma
Havia uma minoria de irmãos que, antes de se converterem, eram judeus, e que ainda criam haver dias
mais especiais do que outros e comidas e bebidas que não deveriam comer
Esses irmãos não gostavam de ver a maior parte da igreja, que não era judia, comendo qualquer tipo de
comida e tratando todos os dias como iguais, e por isso os criticavam e julgavam por sua aparente falta de
zelo pelas coisas de Deus
Provavelmente julgavam ser o remanescente fiel da igreja, aqueles que continuavam a fazer o que era certo
mesmo no meio da maioria “infiel”
Por outro lado, os irmãos que não eram judeus já haviam entendido que a morte de Cristo os havia livrado
dos regulamentos morais do Velho Testamento e que eles tinham liberdade para comer o que quisessem
Por terem alcançado entendimento espiritual “superior”, tendiam a desprezar os irmãos que ainda não
haviam entendido as coisas como ele e considerá-los fracos
Há duas coisas nesse versículo que precisamos entender: como foi que Cristo nos aceitou? Por que aceitar
um ao outro glorifica o nome do Pai?Para responder a essas perguntas, precisamos ler um pouco mais
Romanos 14:1-12
14:1 Quando Paulo se refere aos fracos na igreja, ele não está criticando a fé desses irmãos ou dizendo que
ela era inadequada para salvá-los
O que era fraco era a sua capacidade de entender as implicações dessa fé em Jesus Cristo no dia-a-dia
deles: em outras palavras, ainda não haviam alcançado maturidade suficiente para determinar o que podia
e o que não podia ser feito em suas vidas como resultado da fé que tinham em Jesus
Esses irmãos não eram fracos no sentido de que tinham poucas forças para se arrepender
Também não vemos, em lugar nenhum, indício que esses irmãos seriam fracos para sempre
Pelo contrário: a expectativa sobre eles é que deixariam de ser fracos e entenderiam melhor as implicações
de sua fé em Cristo
Paulo chama a igreja a aceitar esses irmãos sem discutir assuntos controvertidos, ou seja, assuntos
periféricos, assuntos que não eram essenciais à união dos irmãos
Na vida cristã, como temos falado, há algumas coisas mais importantes que as outras, e alguns aspectos da
nossa fé que são absolutamente essenciais para a nossa união – e outros tantos que não
Efésios 4 lista sete áreas sobre as quais a nossa união depende absolutamente – há um só corpo, um só
Espírito, uma só esperança, um só senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus
No que toca esses assuntos básicos, Deus não nos deu a opção de discordar
Eu não posso ensinar uma fé diferente da que Jesus ensinou, a fé que leva ao arrependimento
Nem posso discordar de que a esperança de nossas vidas é a ressurreição dos mortos
No entanto, há outros assuntos, que não relacionados a esses, que são periféricos
Nessas áreas temos mais liberdade para discordar. Há ensinos na Palavra de Deus que não são
completamente claros, e que deixam sim margens de dúvidas, como, por exemplo, se o homem veio a existir por meio do criacionismo ou da evolução, ou quais funções de liderança uma mulher pode exercer
na igreja, ou ainda quais são os casos mediante os quais Deus tolera divórcio entre irmãos
Vemos princípios na Palavra de Deus nos apontando uma direção, mas não vemos direções específicas e
claríssimas sobre esses assuntos
No entanto, embora as questões secundárias, em si, não sejam de maior importância, a união da igreja é
algo de primeira importância, e Paulo estava preocupado em ajudar os irmãos a alcançarem essa união
Para essa união ocorrer, os irmãos considerados fortes precisavam aceitar aqueles que consideravam
fracos, não com o propósito de discutir esses assuntos interminavelmente, mas com o propósito de amá-los
O verbo traduzido como aceitar não significa apenas reconhecer os irmãos fracos como membros da igreja,
mas nos envolver profundamente com eles, amando-os e aceitando-os. Não precisamos concordar com
eles, mas precisamos considerar como se fossem nossas também a carga que esses irmãos carregam
Em outras palavras, Paulo estava chamando os irmãos “fortes” a tratar os “fracos” como irmãos de verdade
14:2 Aqui Paulo introduz um dos assuntos controvertidos entre eles: alguns irmãos, provavelmente por
terem um passada judaico, acreditavam que não podiam comer determinados tipos de alimentos
14:3 Paulo dá direções aos dois grupos sobre o que fazer: os irmãos que acreditavam ter a liberdade de
comer qualquer coisa não deveria desprezar o que não comia tudo
E o grupo que não comia qualquer coisa não deveria julgar o que comia tudo
No fim do versículo, Paulo explica porque deviam se aceitar, mesmo discordando: Deus havia aceito ambos
Não temos o direito de aceitar o que Deus rejeitou, é verdade, tampouco temos o direito de rejeitar o que
Deus aceitou
14:4 Paulo critica os irmãos – provavelmente os ditos fracos – por julgarem os outros
Há alguns meses, estudamos no sermão do monte que Deus tem a expectativa de que nos envolvamos na
vida uns dos outros e que façamos determinados tipos de julgamento sobre a vida uns dos outros, em áreas
onde Deus deixou padrões de comportamento claros para os cristãosAqui, no entanto, Paulo critica os irmãos por fazerem julgamentos em áreas nas quais nem o próprio Deus
bateu o martelo! Se Deus, em sua sabedoria e bondade, não deixou direções específicas sobre como
precisamos nos comportar, quem somos nós para criar padrões e julgar as pessoas de acordo com esses
padrões?
Quer sejamos fracos, quer sejamos fortes, estamos de pé ou caímos para o senhor! Estar de pé é uma
metáfora que significa estar debaixo do favor de Deus
Paulo estava ensinando que tanto os fortes estavam debaixo do favor de Deus quanto os fracos
14:5-9 Paulo dá outro exemplo sobre assuntos controversos: alguns irmãos consideravam certos dias mais
especiais do que outros. Novamente, Paulo não entra no mérito de quem estava certo: ele pede somente
que, se consideramos alguns dias mais especiais, ou todos os dias iguais, que estejamos convencidos em
nossas mentes do porquê de fazermos assim ou assado
O ponto principal é que tudo o que fazemos em nossas vidas deve ser feito para honrar o Senhor: vivemos
para ele, para sua honra, morremos para ele
Por isso, ele é o único capacitado a julgar as intenções do nosso coração
É interessante, no entanto, que Paulo indica, no versículo 14, que são os fracos na fé os que acham que não
se pode comer alimento impuro
“Mas se achei que precisava ter convicções fortes sobre o que é certo ou errado para ser forte”
Sim, você precisa de convicções fortes sobre o que a Bíblia define claramente ser certo ou errado – mas
mesmo assim, o que caracteriza uma pessoa forte na fé é seu amor para com os outros
14:10-12 Até aqui, Paulo já perguntou aos romanos 3 vezes “por que vocês julgam e desprezam seus
irmãos?” (vs. 4 e 10)
Essas perguntas só podem ser corretamente respondidas à luz do dia do julgamento
Naquele dia, não haverá “Eu estou certo” ou “Você está errado”
Todos estaremos diante de Deus e sua justiça será perfeitamente clara para todos nósPor causa disso, precisamos deixar de julgar uns aos outros, que é a mesma coisa de aceitar uns aos outros
Uma outra tradução diz “Paremos de criticar uns aos outros”
Romanos 14:13-23
14:14 Jesus havia ensinado que toda as comidas eram puras. O próprio Paulo também já havia ensinado
isso. Os “fortes” na fé teriam concordado alegremente com esse ponto. No entanto, o que Paulo quer
ensiná-los é que as pessoas diferem em sua capacidade de internalizar a verdade. Eles poderiam até
entender, intelectualmente, que a lei de Cristo havia terminado com a validade absoluta da lei de Moisés,
mas experimentar as consequências dessa verdade experimentalmente era difícil para pessoas que tinham
passado sua vida inteira vivendo aquilo e que ainda eram novas e imaturas em Cristo
14:13,15 Como a comida poderia se tornar fonte de destruição na vida de irmãos? Os irmãos fracos
poderiam se sentir pressionados pelos irmãos fortes a comerem certas comidas que suas consciências
diziam que não deviam comer. Uma vez que agir contra sua consciência é pecado, esses irmãos estariam
caindo em pecado e em situações potencialmente fatais para sua fé
Ou então a destruição dos fracos seria causada pelo desprezo que os irmãos fortes sentiam por aqueles que
não tinham alcançado o mesmo conhecimento e iluminação espiritual, e que levava os fracos a se
afastarem do convívio, se sentindo diminuídos
Cristo pagou um preço alto por cada um desses irmãos. Será que agora nós, os fortes, não podemos pagar o
preço insignificante de alterar nossa dieta por amor a esses irmãos?
14:17-18 Os fortes precisavam de perspectiva: há coisas mais importantes no Reino de Deus do que exercer
liberdades individuais. A falha dos fortes era parecida com a dos fariseus, mas inversa. Enquanto os fariseus
praticavam a Lei de Moisés e negligenciavam a justiça, a misericórdia e a fidelidade, os fortes queriam
deixar de praticar a Lei de Moisés, mas também estavam negligenciando a alegria, a paz e a justiça. A justiça
é a característica que deve existir em nossos relacionamentos por meio da qual agimos de maneira correta
aos olhos de Deus uns com os outros. A paz representa o respeito e harmonia entre os irmãos, e a alegria é a característica resultante quando a justiça e a paz governam nossos relacionamentos. Esses três frutos
advém da comunhão que os cristãos têm com o Espírito Santo.
Quem vive com esse enfoque, de considerar a justiça, a paz e a alegria como as coisas mais importantes no
Reino, é que é agradável a Deus e aprovado pelos homens. Deus se agrada dos que vivem em imitação a
Cristo, que viveu assim, deixando de lado seus direitos para não ser pedra de tropeço na vida de ninguém.
14:19 A edificação mútua viria quando o corpo, o todo, fosse tido como prioridade, e não mais as
liberdades e direitos individuais de cada um. A igreja só pode ser edificada quando a consideramos mais
importantes do que nossas próprias vidas individualmente
14:22 Paulo está dizendo que feliz é o homem que entende as liberdades que possui por causa de sua fé em
Cristo. No entanto, essa liberdade se deve se tornar pedra de tropeço para os fracos
14:23 Por quê? Porque a consciência de um cristão, mesmo que não se ajuste perfeitamente à vontade de
Deus, precisa ser respeitada. Nossa consciência estar limpa não é sinônimo de estarmos fazendo o que é
certo aos olhos de Deus, no entanto, fazer algo contra o qual nossa consciência nos acusa é sempre pecado!
Por isso, se os fortes levam os fracos a fazerem coisas a respeito das quais suas consciências os acusam,
estão pecando.
CONTINUA...

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